A CRIATIVIDADE



O segredo da criatividade está em dormir bem e abrir a mente para as possibilidades infinitas. O que é um homem sem sonhos?

Albert Einstein

quinta-feira, 12 de março de 2015

Dia Mundial do Sono

Quando o sono é são, a saúde e a felicidade abundam.

O Dia Mundial do Sono [2015] assinala-se amanhã, sexta-feira 13 de Março. Celebrado desde 2008 pela Associação Mundial de Medicina do Sono (WASM) visa sensibilizar os habitantes do mundo inteiro para a necessidade de ter um sono saudável de forma a evitar múltiplos distúrbios do sono que hoje ameaçam a saúde de cerca de 45% da população mundial, ou seja cerca de 3 mil milhões de pessoas.
O Dia Mundial do Sono celebra-se anualmente na segunda sexta-feira da segunda semana de Março e todos os anos um lema inspira as várias iniciativas que se realizam um pouco por todo o mundo, fóruns de discussão, exposições, jogos temáticos, etc.  O lema das comemorações  deste ano é: “Quando o sono é são, a saúde e a felicidade abundam”.
Nos  anos anteriores o Dia Mundial do Sono teve os seguintes lemas:
14 de Março de 2008 – “Durma bem, viva completamente acordado”
20 de Março de 2009 – “Conduza com atenção, chegue com segurança”
19 de Março de 2010 – “Durma bem, mantenha-se saudável”
18 de Março de 2011 – “Durma bem, cresça saudável”
16 de Março de 2012 – “Respire com facilidade, durma bem”
15 de Março de 2013 – “Sono reparador, envelhecimento saudável”
14 de Março de 2014 – “Sono descansado, Respiração fácil, Corpo são”


sábado, 21 de fevereiro de 2015

«iSleep»: o site com tudo sobre o sono, da responsabilidade da Professora Teresa Paiva



Publicação online do centro de sono de Teresa Paiva reúne artigos sobre aspetos clínicos e científicos do sono, dos sonhos, conselhos e depoimentos

Por: Redação / IF    |   15 de Janeiro às 12:52
http://www.tvi24.iol.pt/


O site « iSleep», em português «eu durmo», foi lançado [esta quinta-feira] com o intuito de abordar todo o tipo de assuntos relacionados com uma das mais importantes funções vitais: o sono. 

  
Complemento digital  do Centro de Electroencefalografia e Neurofisiologia Clínica da Professora Teresa Paiva, o «iSleep» conta com artigos sobre os aspetos clínicos e científicos do sono, identifica os hábitos quotidianos que afetam e desregulam o descanso e a vida de cada um, em todas as idades. 
  

Em entrevista à TVI, Teresa Paiva, médica neurologista especialista em medicina do sono, considerou que o sono «é uma coisa quase sagrada», sublinhando a importância da existência de uma plataforma digital aberta à discussão e partilha sobre o tema. 

A publicação reúne conselhos, curiosidades e depoimentos de pessoas, como António Mega Ferreira e o piloto Nuno Queiroz. 

Mega Ferreira fala sobre o modo como viveu o sono na sua vida, assim como Nuno Queiroz que, por ser piloto, se mostra afetado pela troca de horários.

«Queiroz é uma pessoa muito especial», e assina «um depoimento muito interessante sobre a segurança em voo», afirmou a especialista recordando os «acidentes resultantes da grande fadiga dos pilotos devido a poucas horas de descanso».



A publicação tem também textos literários e obras de arte, versando desde as insónias de Proust, a quadros de Matisse relacionados com a temática.

«O sono é transversal à nossa vida, ainda ontem recebi um pedido para colaborar num projeto sobre a qualidade do ar e o sono. O sono influencia todos os aspetos da nossa vida, em termos emocionais, intelectuais...», acrescentou Teresa Paiva.
Em termos cognitivos a Professora sustentou-se num estudo para ressaltar que «dormir pouco é um fator de risco de demência», sendo que o sono é «protetor».
«As pessoas que não dormem, a primeira coisa que se queixam é falta de memória».
«Dormir pouco aumenta o risco cardiovascular, peso, as pessoas ficam mais gordas, mais feias, com mais rugas, etc», destacou a nível da saúde geral. 

A médica falou ainda sobre o impacto da falta de sono nas crianças afirmando que «têm mais acidentes em casa» e concluiu sublinhando que «as doenças do sono são doenças reais». 

  



in TVI24.iol.pt [em linha]. [consult. 2015-02-21 18:57:33].
Disponível na Internet: http://www.tvi24.iol.pt/tecnologia/teresa-paiva/isleep-o-site-com-tudo-sobre-o-sono


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Irrequietos, instáveis, cansados ou... com sono?


 WWW.PUBLICO.PT
 
JOSÉ MORGADO
16/01/2015 - 16:14



Uma entrevista recente da professora Teresa Paiva, reconhecida especialista em matérias relacionadas como o sono, sugeriu-me estas notas dirigidas, sobretudo, para o universo dos mais novos.

Em primeiro lugar, deve sublinhar-se, sem nada de novo, evidentemente, que a qualidade do sono, tantas vezes negligenciada, é um dos mais importantes contributos para o bem-estar geral de crianças e adolescentes, incluindo a sua vida escolar, uma fonte de preocupações para pais e educadores sempre presente.

A relação entre os estilos de vida e as rotinas, higiene e qualidade do sono de crianças e adolescentes é conhecida e estudada, mas, deve dizer-se, nem sempre parece devidamente considerada. Também entre nós, vários estudos sobre os hábitos e padrões de sono em crianças e adolescentes têm sido desenvolvidos, designadamente pela professora Teresa Paiva com resultados que deveriam ser considerados.

Neste universo, em 2013 um estudo da University College of London mostrava o impacto negativo que a ausência de rotinas como deitar com regularidade à mesma hora podem ter no bem-estar e saúde das crianças afectando, por exemplo, o processamento da aprendizagem. Na mesma linha, outras investigações referem que mais de metade dos adolescentes inquiridos apresenta quadros de sonolência excessiva e evidencia hábitos de sono pouco saudáveis.

Um estudo recente realizado nos EUA que acompanhou durante seis anos 11.000 crianças encontrou fortes indícios de relação entre perturbações do sono e o desenvolvimento de problemas de natureza diferenciada no comportamento e funcionamento das crianças.

Esta constatação vai no mesmo sentido de outros trabalhos com crianças mais novas. A falta de qualidade do sono e do tempo necessário acaba, naturalmente, por comprometer a qualidade de vida das crianças e adolescentes. Todos nos cruzamos frequentemente nos centros comerciais, por exemplo, com crianças, mais pequenas ou maiores, a horas a que deveriam estar na cama e que, penosa mas excitadamente, deambulam atreladas aos pais.

Várias investigações sugerem que parte das alterações verificadas nos padrões e hábitos relativos ao sono remetem para questões ligadas a stress familiar e sublinham o aumento das queixas relativas a sonolência e alterações comportamentais durante o dia.

É certo que as situações de stress familiar serão importantes mas parece-me necessário não esquecer alguns aspectos relacionados com os estilos de vida, quer com as rotinas, quer com a utilização mais ou menos regulada das novas tecnologias. Durante o dia, as crianças e adolescentes passam boa parte do seu tempo saltitando de actividade para actividade, passam tempos infindos na escola e, muitos deles, além de pressionados para resultados de excelência transportam ainda, frequentemente, tarefas escolares para casa.

Neste contexto, é também relevante considerar o número, alguns estudos sugerem cerca de 50%, de crianças e adolescentes até aos 15 anos que terão computador ou televisor no quarto, além do telemóvel.

Acontece que durante o período que seria dedicado ao sono, sem regulação familiar, muitas crianças e adolescentes estarão diante de um ecrã, computador, televisão ou telemóvel. Como é óbvio, este comportamento não pode deixar de implicar consequências durante o dia – sonolência e distracção, ansiedade, agitação e, naturalmente, o risco de falta de rendimento escolar num quadro geral de pior qualidade de vida frequentemente constatado e relatado por educadores e professores.

Creio que, com alguma frequência, os comportamentos dos miúdos, sobretudo nos mais novos, que são de uma forma aligeirada remetidos para o saco sem fundo da hiperactividade e problemas de atenção, estarão associados aos seus hábitos e padrões de sono como, aliás, os estudos parecem sugerir.

Estas matérias, a presença das novas tecnologias na vida dos mais pequenos, são problemas novos para muitos pais, eles próprios com níveis baixos de literacia informática. Considerando as implicações sérias na vida diária importa que se reflicta sobre a atenção e ajuda destinada aos pais para que a utilização imprescindível e útil seja regulada e protectora da qualidade de vida das crianças e adolescentes.

Aliás, a experiência mostra-me que muitos pais desejam e mostram necessidade de alguma ajuda ou orientação nestas matérias bem como, naturalmente, solicitam apoio e orientação na promoção e instalação de estilos de vida, qualidade e hábitos do sono, por exemplo, mais saudáveis para e com os seus filhos.



Teresa Paiva: “Há pessoas com 30 anos a dormir na cama dos pais”


Por Marta F. Reis

publicado em 16 Jan 2015 - 10:00






A mais conceituada especialista em sono no país lançou uma revista digital para acordar a sensibilidade dos portugueses para o tema. Em entrevista, antecipa alguns diagnósticos e soluções

Aos 69 anos, Teresa Paiva é a maior especialista portuguesa em sono. A neurologista lançou esta semana uma revista digital onde esperar recuperar o interesse dos portugueses pelo tema. Diz que a crise provocou mais noites em claro mas defende que pode ser uma oportunidade para pensar o que andamos a fazer às nossas vidas, já que diagnostica um problema de fundo: esquecemo-nos de que temos limites.


Como surgiu o seu interesse por esta área?
Era neurologista em Santa Maria e no início dos anos 80 havia uns equipamentos novos para monitorizar os comas. Como pesavam e das primeiras vezes que os levei para os cuidados intensivos fiz uma ciática, deixei de os usar. Calhou acompanhar dois doentes no hospital, um que fez uma paragem respiratória e outro que tinha uma grande sonolência. Voltei a pegar nas máquinas e descobri que tinham apneia do sono. A partir daí especializei-me.
Puro acaso então?
Sim e ainda bem. As coisas são mais bonitas quando surgem. O sono tornou-se a minha paixão. Passamos um terço da vida a dormir e durante esse tempo exercem-se funções essenciais à nossa sobrevivência. O sono resulta de anos e anos de aperfeiçoamento biológico, não é trivial.
E está cada vez mais ameaçado?
Sem dúvida. Tenho cada vez mais doentes. Cada vez mais as pessoas pelas dificuldades da vida e pelos traumas que experienciam não dormem bem.
Não existe também um problema cultural? É normal haver comentadores em estúdio nas televisões noite dentro?
Também me faz muita confusão. Ainda estou à espera que um dia se comparem os nossos horários televisivos com outros países europeus. Na Alemanha ou em Inglaterra, a partir de certa hora passam repetições, não há programas em directo. Parece-me que será uma característica muito nossa. E lesiva, porque depois acordamos à mesma hora que os nossos congéneres dos países nórdicos. 70% dos portugueses deitam-se depois da meia-noite. Estou interessada em encontrar uma explicação.
Tem alguma suspeita?

Pode haver uma explicação biológica mas penso que perdemos um bocadinho a noção de que temos limites. Os portugueses acham que têm os poderes de Deus Nosso Senhor, que podemos fazer tudo o que nos dá na real gana.






Para ler mais: http://www.ionline.pt/artigos/portugal/teresa-paiva-ha-pessoas-30-anos-dormir-na-cama-dos-pais

sábado, 10 de janeiro de 2015

Sabia que o sono não só é benéfico como está diretamente relacionado com o bem-estar e a qualidade de vida?
Dormir faz parte do ciclo natural do organismo, sendo muito importante para manter corpo e a mente saudáveis.
O sono compreende o período de repouso que temos, geralmente em intervalos diários, com aproximadamente sete horas de duração. Quando o cansaço mental é muito, as concentrações de cortisona diminuem e as de melatonina aumentam, provocando a vontade de dormir.
Nesse momento, o organismo começa a reorganizar os seus sistemas para uma nova jornada de atividades. A imunidade é reforçada, as células são renovadas, os radicais livres são neutralizados, e a memória é consolidada.
Uma noite bem dormida estimula a produção de diversas hormonas, entre elas a hormona do crescimento, cuja produção ocorre predominantemente durante o sono e que, além de propiciar o crescimento, também é responsável pela renovação da pele, ossos e músculos.
O sono alivia o stress, mantém o metabolismo no ritmo, ativa a memória, melhora a concentração, fortalece o sistema imunológico, repara o corpo e até ajuda a perder peso! Até mesmo as sonecas após o almoço são benéficas para melhorar a produtividade, mas é um engano pensar que o sono diurno substitui o noturno.
É no sono noturno que os benefícios de facto acontecem. Quando dormimos, passamos por um processo de profundo relaxamento. A respiração fica mais profunda e nossos ritmos cardíacos diminuem, juntamente com a temperatura. Aproximadamente meia hora após o início do sono, inicia-se a fase de libertação da hormona do crescimento e do cortisol.
Mas é na última fase, a REM, em que o corpo relaxa profundamente, renovando a nossa capacidade de planear e executar tarefas. É durante esse momento que sonhamos, e que armazenamos o que aprendemos durante o dia.
Resumindo, o nosso humor, criatividade, atenção, memória e equilíbrio estão intimamente ligados a essa fase.
Assim, quando não dormimos, a nossa memória fica fragilizada, ficamos irritadiços e sentimos cansaço, dor de cabeça e indisposição. A redução das horas de sono também diminui a produção de insulina e aumenta a de cortisol. Considerando que esse é responsável pela elevação das taxas de glicose; e aquela, pela retirada deste açúcar no sangue, podemos pontuar que a redução das horas de sono aumenta a probabilidade de o indivíduo desenvolver diabetes.
A Sociedade Portuguesa de Neurologia (SPN), alerta para o facto de a população portuguesa dormir cada vez menos e pior, o que quadruplica o risco de acidente vascular cerebral (AVC).
Segundo um estudo promovido pela National Sleep Foundation dos EUA, há cada vez menos pessoas a dormir oito horas ou mais, uma tendência que se regista também em Portugal. Aqueles que dormem menos de seis horas por noite têm quatro vezes mais probabilidade de sofrer um AVC ou um enfarte do miocárdio do que aqueles que dormem seis a oito horas.
"Os portugueses dormem cada vez menos e com menor qualidade, o que se reflete na sua saúde, nomeadamente no aumento de risco de AVC, uma doença que continua a ser causa de 25 mil internamentos por ano e uma das principais causas de morte no nosso País", afirma Victor Oliveira, presidente da SPN.
Para este especialista, "o AVC que não é a única patologia que está relacionada com a falta de horas de sono. As dores de cabeça, falta de concentração, perturbações do humor e baixa de rendimento no trabalho, sonolência diurna, são sintomas que alertam para problemas relacionados com o sono. Dificuldades em adormecer ou despertares a meio da noite podem ser sinais de um estado depressivo. O ressonar é um indício de má qualidade de sono devendo ser identificada e tratada adequadamente com vista à melhoria da qualidade de vida".
Torna-se urgente dar mais atenção ao sono. É necessário ter o cuidado de desligar a TV, o computador, os jogos, o telemóvel etc. perto da hora de dormir e tentar relaxar o corpo e a mente para ter uma noite mais tranquila e proveitosa! Atividades como leitura descontraída ao deitar, a não utilização de bebidas excitantes à noite, estabelecer uma hora para repousar e dormir podem ser benéficas e auxiliar na qualidade do sono.

terça-feira, 29 de julho de 2014


Não sabe o que é dormir uma noite inteira desde que o seu filho nasceu? Amamenta várias vezes por noite porque descobriu que é a única forma de acalmar o seu filho? O seu bebé só adormece quando está a mexer no seu cabelo ou agarrado à sua mão? Quando o adormece ao colo e o vai deitar, basta um movimento em direção à cama para que acorde? Os seus níveis de ansiedade aumentam à medida que o sol se põe e sabe que se aproxima mais uma noite de stresse e angústia?Reconhece-se nestas perguntas? Então é porque tem em casa um bebé que não dorme nem deixa dormir. E quer – melhor, precisa urgentemente – de uma solução para que as suas noites deixem de ser um tormento. Neste livro encontra um método inovador que vai ensinar o seu filho a dormir em 10 dias. Passo a passo, dia a dia, Filipa Sommertfeldt Fernandes, a especialista em sono de bebés e crianças, traça-lhe um plano de ação prático e eficaz.- Identificar os erros mais comuns que os pais cometem;- Aprender a organizar o dia do seu bebé e a criar rotinas e hábitos que o vão ajudar a ficar mais tranquilo na hora de dormir;- Estratégias para atuar perante o choro;- O que fazer se o seu filho sair da cama;- O que fazer se o bebé começar a palrar ou a falar;- O truque da envolta e do chamado «white noise»;- Os 5 mandamentos infalíveis deste método.Filipa Fernandes assegura-lhe que o seu filho vai aprender a adormecer sozinho. Mas deixa um aviso: é provável que chore. Contudo, ao contrário de outros métodos que defendem que se deve deixar a criança sozinha a chorar sem qualquer contacto físico que a console, esta especialista, com formação em Sleeping Training, em Inglaterra, assegura que os pais podem estar sempre ao lado do seu bebé, a dar-lhe carinho, porque o contacto físico é essencial para que o seu filho se sinta seguro e perceba que adormecer é um ato natural e necessário.


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Dormir com os pais

Público – 27 julho 2014
Porque SIM
DANIEL SAMPAIO

Existe hoje alguma controvérsia sobre se os filhos devem dormir na cama dos pais, pelo menos durante os primeiros meses de vida. Podemos afirmar que existem vários tipos de “parentalidade nocturna”: alguns progenitores são rigorosos em proibir uma noite inteira na sua cama, outros transformam-na numa verdadeira “cama familiar”, em que uma ou duas crianças se acomodam, às vezes com manifesta falta de espaço, no leito conjugal.

Os meus pais eram muito coerentes na sua educação. À hora de deitar, eu ia dormir sozinho, sem grandes protestos. Embora não me recorde, como é óbvio, dos meus tempos de bebé, as estórias que me contavam eram de uma ida precoce para a minha cama; e se acordava de noite, a minha mãe ou a minha avó iam lá sossegar-me os medos, sem que tivessem de perturbar o seu descanso por muito tempo.

Hoje nem todos pensam como os meus familiares. Os pais trabalham muito, reivindicam para si mesmos uma noite sem interrupções ou preferem não ter de se confrontar com choros e birras das crianças. Defendem o seu direito ao descanso, por vezes numa posição de algum narcisismo. A solução passa então por aceitar que os filhos os acompanhem durante longos períodos ou mesmo toda a noite, de modo a que não haja qualquer período de insónia.

Alguns pediatras e psicólogos vieram em sua defesa. Alegam que a proximidade entre pais e filhos facilita a intimidade recíproca, acalma as crianças e permite uma tranquilidade que favorece o desenvolvimento físico e mental. Defendem que dormir junto aos pais é a melhor forma de evitar a “síndrome da morte súbita”, a primeira causa de mortalidade no primeiro ano de vida, e que corresponde à morte repentina e sem explicação no primeiro ano do bebé. Segundo os defensores do co-sleeping (dormir em conjunto) e da family-bed (cama familiar), os pais que estão mesmo ali ao lado podem logo intervir e salvar o filho. A investigação provou, no entanto, o contrário: a síndrome da morte súbita ocorre muitas vezes em bebés que estão na cama dos pais, sobretudo quando os progenitores abusam de álcool e drogas ou tomam medicamentos para dormir.

Os meus argumentos contra o co-sleeping são outros. Considero que o desígnio fundamental da educação é o da autonomia, esse percurso singular que leva cada um a ser capaz de gerir a sua própria norma, ou seja, ter uma existência independente e confiante. Uma criança pequena não pode viver sozinha, mas pode construir o seu caminho para ser capaz de o fazer mais tarde. Assim, dormir sozinho faz parte desse percurso a percorrer. Até aos seis meses, a criança deve dormir num berço junto à cama dos pais, depois (no máximo com um ano) deverá ter o seu quarto e a sua cama, sempre que as condições da casa o permitam.

A investigação abre caminho a outras compreensões deste problema do co-sleeping. Diversos estudos demonstram que as crianças que permanecem muito tempo na cama dos pais exacerbam comportamentos sexuais precoces e exibem curiosidade excessiva sobre a intimidade dos progenitores. Por outro lado, muitos pais tornam-se demasiado permissivos (em muitos contextos), porque não são capazes de confrontar os filhos com um “não” durante a noite, ou então acabam por mostrar sentimentos de culpa, por darem demasiada importância às suas próprias necessidades de repouso e bem-estar.

A regra deverá ser: afecto antes de dormir, sossego depois, em camas separadas. 

Daniel Sampaio